quinta-feira, 31 de março de 2011

Foto de Dostoieviski

Foto de Czarina Catarina, a grande

Екатерина II Великая

DOSTOIEVISKI (1821/1881) Фёдор Миха́йлович Достое́вский

COMENTÁRIOS SOBRE ALGUMAS OBRAS DE DOSTOIEVISKI:

POBRE GENTE (Бедные люди)

Sua primeira novela foi Pobre Gente de 1846 (mostra a vida da população pobre da cidade e tinha implicitamente caráter de protesto), descendente de O Capote de Gogol (Pequeno Homem). Nessa novela há uma relação dialógica do outro na consciência e na fala dos personagens. O pequeno homem de Puchkin (O chefe da estação) e Gogol (O capote) não tem consciência de que é sujeito da própria história. Para Dostoievski os personagens têm consciência de ser sujeito do seu próprio destino e sua consciência. Há um mundo profundo imbuído na dialética entre o eu e outro.

RECORDAÇÃO DA CASA DOS MORTOS (Записки из мертвого дома)
Recordações da casa dos mortos foi concebido primeiro como um artigo sobre o problema das relações entre o delinquente e o delito. Dostoieviski atingiu, nessa obra, uma arte admirável não só na representação dos caracteres humanos, mas, principalmente, na analise de movimentos e consequências interiores que podem considerar aspectos dos principais problemas que o atormentarão mais tarde, incluindo o da existência de Deus. Do ponto de vista artístico, Dostoieviski distinguia ainda entre a narração inventiva e original e a enunciação das própria ideias filosóficas.

 CRIME E CASTIGO (Преступление и наказание)

Em Crime e Castigo, Raskolnikov encontra-se o núcleo central da teoria do super-homem (e o próprio Nietzche disse que Dostoieviski tinha sido o único escritor que lhe ensinara alguma coisa.). Tanto na ação do romance como na alma do seu protagonista trava-se a luta ente a negação da moral comum e o mundo do pecado, da humilhação, do vício e do sofrimento que busca o reconhecimento da dignidade humana. O sentimento de distância e de separação da humanidade que ele experimentou logo que praticou o crime, é o seu tormento. Nesse romance o escritor mostra-se claramente as duas vidas a que aludira o homem subterrâneo, a do bem e do mal, a do reconhecimento prático da unidade universal, com princípio em Deus como realidade espiritual, e a do isolamento interior, do arbítrio e da destruição de Deus.

O protagonista tem uma ideia fixa de matar a velha. Essa ideia não entra em dialogismo com outras. Quando ele toma consciência dos problemas sociais, o ato de matar a velha, nesse momento, deixa de ser de âmbito individual para ser social. Então ele toma a decisão de matar a velha quando a sua ideia ecoa em outras vozes. Depois de matá-la Raskolnikov não sente remorso, pois a velha representa a sociedade capitalista.
O JOGADOR (Игрок)

O jogador foi publicado na mesma época de Crime e Castigo e tem notável importância pelos dados biográficos, que pelo aprofundamento da arte psicológica de Dostoieviski na criação, mais do que do homem obcecado pelo jogo, de uma das figuras demoníacas de mulher que forma o núcleo das narrativas dostoieviskianas.
O IDIOTA (Идиот)

No romance O idiota ocupa lugar de destaque na obra de Dostoievski, pois se concentra, em particular, na representação do herói notoriamente positivo e, em certa medida, ideal.

Dostoievski fez 8 projetos para o livro, pensando inicialmente como constituído de oito partes, e reconstruiu várias vezes a história e a imagem de Michkin, de Rogojin, dos Iepantchin e da própria Nastácia Fillippovna.

O autor levanta o problema do homem efetivamente bom. Colocou a plena luz o problema da existência ou não de Deus. Na voz subterrânea já existia a dialética da coexistência da fé em Deus. No entanto em O idiota, Os possessos, Os irmãos Karamazov, O adolescente, essa ideai tornou-se orientadora de toda a ulterior criação artística de Dostoieviski indiretamente instrumento de uma atormentada busca filosófica, de um contínuo esforço de ver os homens não exteriormente, mas na sua vida interior.
O DUPLO
(
(Двойник)

O Duplo de 1846, misto de novela e romance, tem como tema um desdobramento de personalidade. Enredo:O protagonista Goliadkin é um pequeno funcionário que vive exclusivamente para o trabalho (sem vida social) e sonha com uma promoção. Quando tal promoção é dada a outro, que, dessa forma, terá acesso a alta sociedade, deixa Goliadkin transtornado. Ele é um sujeito que despreza os valores do mundo dos ricos, mas como ele deseja suprir a carência de vida social, sonha em justamente fazer parte desse mundo, isto é, ele professa as ideias de seu mundo,mas sonha com um acesso ao outro. Por este motivo decide ir ao jantar de aniversário da filha da sua excelência Ólsufii Bieriendiêiev. Com dinheiro que juntou com sacrifício, aluga carruagem de luxo e roupa de gala. A partir desse momento ele passa a entrar em contradição com os valores de seu mundo, ou seja, como na ótica de Bakhtin passa a olhar para si pelos olhos do outro, a imitar seu modo de vida. Ao ir à festa encontra seu chefe e finge que não o conhece. Tal atitude leva-o a se arrepender. Logo, resolve ir ao seu psiquiatra conversar sobre essa assunto. No diálogo com o médico revela-se outro aspecto de sua personalidade: ele vive não só no limiar social, mas também no limiar entre o normal e o patológico. Essa fronteira entre o eu e o outro é a liminaridade dialógica na qual se cruzam e interagem seu mundo e o mundo do outro, sua voz e a voz do outro. Na festa barram sua entrada, resolve, portanto, entrar pela porta dos fundos e no decorrer da festa tira a aniversariante (Klara Olsufievna) para dançar. Tal atitude provoca um escândalo na festa, uma vez que Goliadkin não sabe dançar. Expulso da festa, sua carência de vida social vem à tona. Esse fato redunda no desdobramento da personalidade do protagonista que cria, a partir daí, um duplo (Goliadkin caçula). Será um espelho que realizará tudo que Goliadkin original não consegue realizar: ter vida social conforme lhe prescrevera o médico. Esta outra personalidade é aceita na sociedade. Portanto, na condição de socialmente aceito, o duplo desmonta toda a estratégia usada pelo senhor Goliadkin para desmascará-lo, neutralizar-lhe a capacidade de reagir, liquidá-lo de vez, privando-o de todo e qualquer direito ao sonho de projetar-se ao mundo socialmente desejado, prenunciando-lhe e antecipando-lhe o fim, a loucura. Ao assistir ao outro usando de suas próprias palavras para desmascará-lo, o Goliakin original é posto de fato no espelho, onde não só se vê nos olhos do outro, mas se vê também pelos olhos do outro. Assim, sua tentativa de violar as leis da existência redunda em seu desmascaramento público e, consequentemente, em sua tragédia final, a loucura.

O espelho criado pelo outro, é a própria essência do processo dialógico: eu me vejo no outro, com ele me comunico, me familiarizo, convivo, dialogo; nele me completo.

No capítulo X, por exemplo, depois que Goliadkin se vê substituído em tudo pelo duplo, entra numa crise profunda e sonha pavoroso. Ora aparece realizando todos os desejos de vida social e ora o pavor do duplo desmascará-lo em público. Nessa história revela-se o que para Bakhtin seria a contemplação de si mesmo no espelho “com os próprios olhos e com os olhos dos outros ao mesmo tempo, o encontro e a interação de horizontes (do seu e do outro), a interseção de duas consciências.”

OS IRMÃOS KARAMAZOV (Братья Карамазовы)

Os irmãos karamazov: O personagem principal (Ivan) era um gênio e se aproxima do alter ego do autor. Era filho bastardo e excluído pela sociedade, pois era criado pela família. Nesse romance Dostoievski usa o mesmo estratagema de O duplo é repetido em Ivan Karamazov. A relação dialógica entre os dois é social.
MEMÓRIAS DO SUBSOLO (Записки из подполья)

Em Memórias do Subsolo, Dostoievski destaca a questão da identidade. O homem do subsolo vive uma busca incansável da verdade. Ele não possui nome, equivale nessas circunstâncias não ter identidade. A luta que estabeleceu entre as ideias tinha por meta buscar uma finalidade no pensamento. Em suma, Em Memórias do Subsolo Dostoeivski relata a problemática de um homem sem identidade que submerge no mundo das ideias com o fim de encontrar uma saída digna a suas contradições e as contradições do mundo.

terça-feira, 29 de março de 2011

REALISMO SOCIALISTA

IDEOLOGIA:

Com a vitória e o estabelicimento do socialismo, a ideologia comunista necessitava de um controle sobre a literatura e a cultura. Em 1925 se adota a resolução do Comitê Central do Partido sobre a política no âmbito da literatura que confirmava a necessidade de assegurar a divulgação da ideologia comunista da maior parte dos escritores mediante uma educação ideológica.

Mais tarde nos anos 20, foram considerados pelos historiadores como o período de início e de maturação de um método literário que dominou o processo criativo dos escritores soviéticos durante quase meio século.

Em 1932 o Comitê Central do Partido emite o decreto sobre a reconstrução da organização da literatura e arte que se propõe na união de todos os escritores soviéticos que aprovavam o poder socialista.

Em 1934 houve o primeiro Congresso de Escritores Soviéticos e durante os dois anos anteriores foram o momento de elaboração das bases  teóricas do chamado Realismo Socialista. As raízes do Realismo Socialista foi calcada na literatura do realismo crítico da segunda metade do século XIX e Máximo Gorki(Максим Горький) foi proclamado seu primeiro representante por suas obras pré-revolucionárias, como A mãe e Os inimigos. O regulamento da recém-criada União dos Escritores Soviéticos deu sua definição:

"O Realismo Socialista, que é o método principal da literatura e crítica literária soviética, exige do profissional das letras a descrição verdadeira e historicamente concreta da realidade em seu desenvolvimento revolucionário."

A novidade do método, segundo seus teóricos, consistia sobre toda obrigatória consciência revolucionária dos escritores, que tinham que ser fiéis a causa revolucionária, a luta de classe operária.

Com o crescimento do movimento revolucionário, a literatura que anteriormente apelava ao leitor burguês, já tem possibilidade de dirigir-se ao proletariado. Nestas circunstâncias o espírito do partido se converte na característica principal da literatura progressista. Em seu artigo "A organização do partido e a literatura do partido" de 1905 Lênin afirma que a literatura não pode ser um assunto pessoal, independente dos interesses do proletário.

Outro conceito básico do Realismo Socialista, é o espirito do povo, consiste no cumprimento dessas condições: a obra literária deve descrever unicamente os acontecimentos e feitos importantes para o povo e do ponto de vista das ideologia bolchevique.

A literatura tomou, portanto, curso de arte determinada pela política do partido.

Nos anos 30 e 40, que posteriormente, foram denominados de realismo socialista maduro(consolidação), os objetivos da arte consistiam no retrato fiel da ideias comunistas dos processos de industrialização e coletivização.




quarta-feira, 23 de março de 2011

CATARINA II, A GRANDE (1729/1796) Екатерина II, Великая

BIBLIOGRAFIA:

Catarina, a grande nasceu em Stettin e se chamava Sofia Augusta Frederica de Anhalt-Zbst. Era filha de um príncipe chamado Cristiano Augusto Anhalt que tinha o posto de general no exército prussiano.
De acordo com o costume alemão da época, Catariana estudou música, dança, francês e literatura. Devido a essa educação primorosa, tornou-se uma mulher muito culta. Falava francês fluentemente e tocava piano e violino. Esse fato levou Catarina a ser escolhida pela corte russa a ser a futura czarina.
Ao chegar à Rússia, estudou com afinco o idioma e procurou se relacionar bem com o povo russo.
Casa-se em1745 com Carlos Pedro Ulrich de Holstein Gottorp para fortalecer uma amizade entre a Rússia e a Prússia. Torna-se, portanto, a czarina da Rússia.

A GUERRA COM A TURQUIA

Catarina, influenciada pelo seu conselheiro Nikita Panin, cria uma aliança com a Prússia, a Polônia, os países escadinavos e a Grã-Bretanha. Essa aliança foi denominada  "Sistema do Norte".
Logo no início da guerra, a Rússia sai vitoriosa com a Batalha de Chesme (1770) e posteriormente com a Batalha de Kagul.
Essas vitórias permitiram à Rússia o acesso ao Mar Negro ao incorporar os vastos portos do sul da Ucrânia onde os russos fundaram as novas cidades de Odessa, Nikolayev, Yeakaterinoslav (literalmente: "a glória de Catarina) e Kherson.
Em 1772, todos envolvidos na guerra chegam a um acordo. Acordo esse que define a primeira partilha da Polônia. Nessa partilha coube a Rússia a parte oriental da Bielo-Rússia. A Polônia perdeu cerca de um terço do seu território e metade de seus habitantes.
Os russos tiveram um desenlace bastante satisfatório na guerra com a Turquia devido ao ganho territorial, principalmente, ao anexar a Criméia em 1783.
No entanto, a guerra proporcionou ao povo russo um aumento dos impostos e a inflação. Fatos que contribuiram para a impopularidade de seu governo.