terça-feira, 14 de junho de 2011

Para quem quer aprender um pouco de Russo

Poema

Meu Maio

A todos
Que saíram às ruas
De corpo-máquina cansado,
A todos
Que imploram feriado
Às costas que a terra extenua –
Primeiro de Maio!
Meu mundo, em primaveras,
Derrete a neve com sol gaio.
Sou operário –
Este é o meu maio!
Sou camponês - Este é o meu mês.
Sou ferro –
Eis o maio que eu quero!
Sou terra –
O maio é minha era!

-Vladimir Maiakovski

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Cubo-Futurismo (Маяковский)

Maikovski considerou-se logo um "artista proletariado" e a serviço do poder operário, mas o seu vigor e entusiasmo criativo se voltaram, para a busca incessante de uma inovação estética e artística, que fosse capaz de expressar e contribuir de maneira fundamental para a criação de um mundo novo que então se projetava a partir da recém criada sociedade soviética. Por este motivo, em sua obra, o individual e o coletivo se misturaram.

O termo futurista era pejorativo, por isso todo um grupo de artistas, inclusive Maiakovski, se autodenominavam Buteliane (budiet (será) do verbo: bit (ser) ).

A maior parte dos futuristas russos esteve ligada a pintura e por isso a ala mais representativa do movimento recebeu o nome de cubo-futurista, numa clara conexão das artes verbais com as artes visuais.

Os cubo-futuristas surgiram em abril de 1910 com o almanaque  "Sadok Sudiei" (Armadinha para juízes), redigido por Velimir Khliebnikov, os irmãos David e Nikolai Burliuk, Vassili Kamienski e Elena Guro.

A partir da revista LEF verifica-se uma adesão aos preceitos estéticos do construtivismo e a busca da organização racional que deveria presidir, segundo o movimento, não apenas o fato artístico, mas também, e sobretudo, a construção da nova sociedade socialista.